Era uma vez
uma menina chamada Joana, que desde pequenina tinha uma serpentimação. Todas as
noites iam ver a sua estrelação, que parecia a cara da sua mãe, já falecida.
Morava apenas
com o avô. O pai viajava muito. Adorava morar com o avô que lhe contava muitas
histórias e era muito engraçado.
Joana e a sua
serpente andavam sempre juntas, separavam-se apenas quando Joana ia para a
escola.
Certo dia,
estavam elas no monte a olhar para a estrelação quando, de repente, a serpente
se foi embora. Joana bem tentou apanhá-la, mas a serpente esgueirou-se pelo
meio do arbusto. Joana perdeu-a de vista.
Enquanto ia
suspiramingando, pensava no que havia de fazer. Olhando para o céu, verificou
que os pontos da estrelação se uniram.
Ainda
estupefacta, Joana surpreendeu-se quando a estrelação lhe disse:
- Minha querida,
se queres voltar a ver a tua
serpentilhosa, tens de visitar todos os vossos lugares favoritos.
Antes de
iniciar a sua busca, Joana foi perguntar ao avô se aquilo tinha sido real ou
apenas um pensasonho. O avô contou-lhe a história do seu gato que se perdera em
criança. Tinha-lhe acontecido precisamente a mesma coisa. No entanto, nada fez
para encontrar o seu gatinhoso Felpudo. Ainda hoje sente saudades e também
tristeza por nunca o ter encontrado.
Mais determinada
do que nunca, Joana pôs-se a caminho. Começou
pelo lago das verdades onde iam frequentemente nadar nas férias de verão.
Passou pela feira das três cidades, visita de todos os fins de semana e foi à
barraca de algodão onde Joana gastava a sua mesada; na loja de animais onde a
comprara também não teve sucesso.
Desanimada e
sem qualquer indício da sua melhor amiga, Joana regressou a casa. Caminhava
vagarosamente, com toda a tristeza do mundo, quando avistou uma serpente
acompanhada de serpentequenas. Que surpresa! Era a sua Serpente!
Afinal a sua serpente resolvera ter a sua
própria família.
Nessa noite,
Joana deitou-se cansada, mas feliz, a contar as estrelas da sua estrelação,
sabendo que algures a sua miga faria o mesmo.
E assim termina esta histovilhosa.
Francisca, 7ºAC
(Neste texto, as palavras "falinventadas" são quase todas da autoria da aluna Francisca)