Todos mentimos, todos somos aldrabões. Somos refugiados de alma e de
emoções.
São modas e rodas e estacas com pontas, as emoções.
São frágeis e brutais e grandes demais para encher
balões.
Algumas sussurram e outras nem dizem um som.
Porque às vezes o mau, também é bom.
Aquelas nunca decifradas ficarão desvairadas.
Parece que as palavras não são baratas…
E se em vez do corpo só tivéssemos emoções?
Muitos seriam luz e muitos seriam negrões.
E se não nos pudéssemos tocar?
Não nos tocávamos.
Nada fazíamos.
Só pensávamos.
E se assim fosse até o mundo acabar?
Que acabasse o mundo.
Mas
não antes do jantar.
Inês Silva