sexta-feira, 30 de maio de 2014

Refugiados até ao jantar

Todos mentimos, todos somos aldrabões. Somos refugiados de alma e de emoções.

São modas e rodas e estacas com pontas, as emoções.
São frágeis e brutais e grandes demais para encher balões.
Algumas sussurram e outras nem dizem um som.
Porque às vezes o mau, também é bom.
Aquelas nunca decifradas ficarão desvairadas.
Parece que as palavras não são baratas…
E se em vez do corpo só tivéssemos emoções?
Muitos seriam luz e muitos seriam negrões.
E se não nos pudéssemos tocar?
Não nos tocávamos.
Nada fazíamos.
Só pensávamos.
E se assim fosse até o mundo acabar?
Que acabasse o mundo.

                               Mas não antes do jantar. 


Inês Silva

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Piódão, uma marca da nossa história

Há lugares que nos cativam e ficam guardados na nossa memória como pedacinhos de vida boa que não queremos largar jamais. O Piódão é a mais típica aldeia de Portugal. Conhecida como aldeia presépio, está situada na encosta da Serra do Açor, sendo a mais longínqua freguesia do concelho de Arganil. Povoação rural mas acolhedora, de características particularmente tradicionais que vão desde a gastronomia à arquitetura das habitações, está rodeada de magníficas paisagens naturais. Poderemos pensar que o Piódão é um lugar no Paraíso? O silêncio apaziguador das suas calçadas e paredes de xisto e lousa que tão bem “casam” com os tons verdes da floresta, o canto dos pássaros, a música do ribeiro cantante e dos riachos e quedas de água cristalina, oferta-nos belas e graciosas sensações. Ideal para passar um fim de semana em plena comunhão com a natureza. Já visitaste?​

terça-feira, 29 de abril de 2014

À Última Ceia

que se descubra a vinha
e os morangos além
encontrem a mão
ao serviço do mar
pela casa, até de manhã
porque a pele dos teus olhos
decide a via láctea, logo, à vista
e se os mares avançam onde vais
que a primavera ceda o principio
e esse empecilho finalmente
se finde  na  música
acima de nós

e neste silencio,  integral,  oferto estas rosas
biológicas, de braço dado, e longe do poder
esta cerâmica, ao sul

quarta-feira, 23 de abril de 2014

23 de abril ...dia mundial do livro...



 










A Unesco criou a data “Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor” para encorajar as pessoas, especialmente os jovens, a descobrirem os prazeres da leitura e a ganharem um novo respeito pela tremenda contribuição dos autores de livros através dos séculos.
Uma tradição catalã ligada aos livros já existia no dia 23 de abril e parece ter influenciado a escolha da Unesco. Na tradição catalã, no dia de São Jorge (23 de abril), é costume dar uma rosa para quem comprar um livro. Trocar flores por livros já se tornou tradição noutros países.
A Unesco escolheu a data em 1995, em Paris e ela foi escolhida também por ser a data da morte de três grandes escritores da história: William Shakespeare, Miguel de Cervantes, e Inca Garcilaso de la Vega. 23 de abril é também a data de nascimento ou morte de outros autores famosos, como Maurice Druon, Haldor K.Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Júlio Resende

“Vamos pintar a manta”, pode ler-se no sítio online da Fundação Júlio Resende, sediada no Lugar do Desenho, em Valbom, Gondomar.
Júlio Resende (1917 – 2011) foi um pintor essencialmente expressionista que trouxe à pintura um novo espírito, uma nova atmosfera poética, plena de humanidades e lirismo. Falar da sua obra é como viajar entre um raio de sol próximo do povo e o lirismo de um artista de alma contagiante que nos conquista e cativa pela sua fascinante natureza humana, podemos sentir o calor humano que emana da sua obra.
Falar de Júlio Resende ou conhecer os seus trabalhos, é partir à descoberta numa viagem apelativa que, recomendo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Coleção "Livros Proibidos" do jornal O Público

 
O jornal O Público está a lançar, todas as quintas-feiras, um livro censurado pelo Estado Novo, acompanhados pelos relatórios oficiais da censura.
Não percas a oportunidade!
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Livros

“Estás a pensar em quê, querida?” é um excerto de “Histórias de Amor”, um livro de José Cardoso Pires, editado pela editorial Gleba em 1952, numa edição de bolso intitulada “As Três Abelhas”, apreendido pela censura um mês após a sua publicação, e reeditado integralmente em 2008 pelas edições Nelson de Matos. “Histórias de amor” é um livro de contos, escrito numa linguagem fluente, sem aforismos de qualquer espécie, envolvente, levantando o véu onde retratos, à época considerados ousados, transparecem. Um livro apelativo, de apuradas atmosferas visuais. Recomendo.

30º Festival de Teatro Amador de Valbom

O Festival de Teatro Amador de Valbom está de regresso a Gondomar. A 30.ª edição vai prolongar-se até junho e no total vão passar 10 peças pelo palco da Escola Dramática e Musical Valboense.
No dia 5 de abril, a peça “Gato por Lebre”, da Contacto – Companhia de Teatro Água Corrente de Ovar, inaugurou a 30.ª edição do Festival de Teatro Amador de Valbom (FETAV). O festival apresenta-se consecutivamente há 30 anos e, segundo Domingos Patrício, presidente da Escola Dramática e Musical Valboense, é para manter. “Temos sempre o objetivo de apresentar anualmente este festival”, diz o responsável pela organização do festival. Para esta edição, o cartaz está recheado de grupos teatrais convidados. No total serão apresentadas 10 peças de teatro, mas Domingos Patrício destaca a apresentação de encerramento, realizada pelo Grupo de Teatro da Escola Dramática e Musical Valboense. A peça “Os Emigrantes”, de Slaworir Mrojek, com versão adaptada de João Lourenço e encenação de João Ribeiro, será apresentada no dia 7 de junho.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Craig Tracy: "O corpo humano como uma tela"

Craig Tracy é um artista profissional em bodypainting.
Este artista norte-americano é um dos expoentes mundiais da pintura corporal, sendo especialista em criar obras de arte no corpo das suas modelos. Craig, com frequência, explora ilusões visuais nos seus trabalhos, fazendo o corpo desaparecer enquanto dá suporte a cenas diversas.
Para Craig Tracy o corpo humano é uma tela em branco. Cada um vai, aos poucos, escrevendo nele a sua própria história.
Uma das obras deste artista que eu mais gostei foi " Salvation" :



E tu, qual a pintura que mais aprecias?

Saber mais: aqui!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Canto D´Aqui e Convidados

Música

Pink Moon, do cantor compositor Inglês Nick Drake, editado em 1972, é um trabalho recomendado pelo seu virtuosismo e simplicidade. Álbum ímpar, repleto de melodias substanciais, de ambiente envolvente, de um presente consciente, e estados de espírito, entre o sonho e a utopia, colorido pela sensibilidade vincada de Drake, onde emoções e sensações psicadélicas, igualmente desiguais são uma constante, pelo talento de Drake em captar a essência das coisas belas, com a melancolia que sempre o caracterizou. Um documento indispensável.

...nova pousada da Serra da Estrela...

A Pousada da Serra da Estrela, que resulta da reconversão do antigo Sanatório dos Ferroviários, recuperada pelo arquiteto Souto Moura vai abrir as portas no dia 1 de Abril, a 1200 metros de altitude no local das Penhas da Saúde.
Este hotel na Serra da Estrela encontra-se num edifício construído no início do século XX e reabilitado a nível arquitetónico por Eduardo Souto Moura, integrando o novo conceito de Unidades, de maior dimensão, já que contará com cerca de 92 quartos (entre os quais dois com conceito spa), spa, piscina interior e exterior, salas de reuniões e restaurante.

No final da década de 80, o edifício passou a ser propriedade da Turistrela. Em 1998 foi vendido à ENATUR pelo valor simbólico de um escudo, para que esta o transformasse em Pousada de Portugal. Em 2003 o Governo privatizou 49 por cento do capital da ENATUR, passando o Grupo Pestana Pousadas a explorar a rede, mas o projecto da Serra da Estrela permanecia parado. Depois de anos de avanços e recuos, a obra começou no início de 2011.






ANTES da reconversão













DEPOIS das obras concluídas

sexta-feira, 28 de março de 2014

Era uma vez...


 "As Cenouras do Senhor Benedito"  contada pelas professoras Gabriela e Zita encantaram as crianças do Jardim de Infância de Cambra. Esperamos por novas visitas!

quarta-feira, 26 de março de 2014

FRIDA KAHLO

FRIDA KAHLO foi uma pintora mexicana nascida nos arredores da Cidade do México a 6 de Julho de 1907 na já famosa e arrebatadora La Casa Azul. Considerada pintora surrealista, corrente estética que recusara publicamente dizendo: «eu não pinto sonhos».
O seu trabalho reúne um vasto espólio onde encontramos desde inquietantes a ousadas expressões atravessadas por cores em que o caos parece ser o único ponto de equilíbrio conseguindo criar uma atmosfera intensa, onde o tema normalmente surge desenhado na primeira pessoa onde a definição das imagens ultrapassa o surrealismo sem nunca o abandonar, procurando traduzir a realidade do consciente e subconsciente onde a fuga e a guarda se encontram num absurdo pleno de intencionalidade que escapa à razão. Frida, abraçou a pintura após um violento acidente de viação aos dezoito anos, arte que, anteriormente ao acidente, dizia não se reconhecer.
A sua obra tem influenciado gerações de artistas das mais variadas áreas um pouco por todo o mundo, até aos dias de hoje. O seu percurso confundiu-se com a sua própria existência. A sua carreira viria a ser consagrada, e homenageada em vários países do mundo. Há um mundo contemporâneo, humano, coberto de intensidade a descobrir na obra de Frida Kahlo.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Lutar contra a Biopirataria!

 
"Defendo a vida na sua diversidade por qualquer meio que me inspire."
 
Vandana Shiva

 
 
 
"O Tempo e o Modo" (RTP2012)
 
Saber mais: aqui!

sexta-feira, 21 de março de 2014


A Biblioteca foi à nossa escola e no âmbito da atividade "Era uma vez" aqui estão os marcadores de livros que nos ofereceram, prontinhos para complementar a prenda do "dia do Pai" e devidamente personalizados.

A PRISÃO, Jesus Zaráte

Não há muitas obras com a genialidade, completude, fluidez e acutilância como esta. É um romance publicado na Colômbia em 1972. Obra filosófica, a qual habitualmente designamos de absorvente. A prisão esperou trinta anos para ser traduzido em várias línguas. Na mesma cela Braúlio, David e Tudela partilham com a personagem-autor, Ánton Castán, o isolamento físico e a liberdade de pensamento onde o único inocente acaba por cometer um crime maior do que o dos companheiros. Fala de nós, humanos aprisionados, e que graças a obras como esta por momentos escapamos à prisão em que vivemos.

Primavera


Amadeo de Souza-Cardoso

Título desconhecido (Mercado em Vila Cardoso), c. 1908-1909
Óleo sobre cartão
18,9 x 24 cm


Na Primavera, rumo ao mercado, passa a rainha dos vendedores.
Cobre-lhe a saia, muito engomado, o avental azul às flores.
Leva no carro, bem recheado, toda uma horta,
com seus primores: legume verde, fruto encarnado...
Não há mais frescos, não há melhores!
Todos conhecem o seu brado, pela cidade e arredores:
- Comprem, que é tudo do vosso agrado!
Dá vida aos olhos e boas cores!


António Manuel Couto Viana

quinta-feira, 20 de março de 2014

chega hoje!


pormenor da pintura de S. Botticelli, A Primavera (t. 1482)

Galeria degli Uffizi em Florença, Itáliaa


terça-feira, 11 de março de 2014

Deus queira - parte I

Porto, janeiro de 2014:


Deus queira que um dia chova e eu esteja na rua. Lavada fica a alma que então vai nua.
Gotas que caiem , lágrimas de Deus? Lembra-me a água de olhos teus.
Derradeira parece a chuva o mundo afogar, é amor de Deus para nos castigar.
E a chuvada de tamanha perversão, é fria e dolorosa como a tua paixão.

Encontro-me assim tão dividida, aquilo que quero e aquilo que é vida.
De ti nada bom sai e mesmo que mau e falso não me distrai.
Que fazer da situação? Amar-te ou odiar-te como diversão?
Que ponto crítico: vê a chuva que escorre pelo chão...

Não digas que não e não digas que sim. Porque deus se concentra em mim.
Faço o que quero e até chover. Compreende bem o que estás a perder.
Sou eu que posso, sou eu que vibro, tu és apenas falsamente comovido.
Tu és criatura, eu sou o ser. Fui eu que te fui conceber e só eu te posso fazer viver.

Agora reage que deus observa. E chora essa lágrimas que o mundo te empresta.
Deixaste de ser nada para ser coisa nenhuma. E vais e vens como uma bruma.
Paraste de ser ameaça para seres ameaçado. Por favor, vai desabar em outro lado.
A chuva continua e eu na rua. Que bom estar nua e não em rutura.

Deus queira que um dia chova e eu na rua. Para apanhar a única lágrima que foi tua.



deus

...recomendo este filme... 12 ANOS ESCRAVO

 ...um filme de Steve McQueen...

...leitura e escrita...


quinta-feira, 6 de março de 2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SEMANA da LEITURA nas ESCOLAS de VOUZELA

Entre 17 e 21 de março de 2014, realiza-se a 8ª edição da Semana da Leitura, centrada no tema "Língua Portuguesa". Assim, ao longo desta semana, os alunos do 12º B da Escola Secundária de Vouzela deslocar-se-ão à Escola Básica de Vouzela, para partilhar histórias com alunos mais jovens; para os alunos dos Jardins de Infância e das Escolas Básicas do Agrupamento de Vouzela e Campia irão ser contadas histórias pelos professores da equipa da biblioteca e pelo psicólogo, Carlos Oliveira.

A Biblioteca Escolar relembra a importância da Leitura na formação dos alunos como pessoas autónomas e integradas na sociedade atual. BOAS LEITURAS!




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

a língua dos pássaros




Alberto Paulo Moreira Ferreira nasceu a treze de junho, do ano de mil novecentos e sessenta e sete em S. Cosme e reside em Valbom, freguesias de Gondomar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ARQUITETURA ...arquiteto Oscar Niemeyer... tens curiosidade em saber algo sobre este arquiteto famoso e que marcou a arquitetura moderna?

   ...Oscar Niemeyer foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna...

...arquitetura...

FUNDAÇÃO LUSO-BRASILEIRA PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNDO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
Ano: 1991
Local: Lisboa
País: Portugal



Descrição: "Nossa preocupação maior foi preservar as inclinações naturais do terreno e a vista para o antigo palácio. Depois, procurar uma arquitetura que lembrasse características da velha arquitetura portuguêsa como os grandes espaços cheios e caiados de branco das fachadas. Daí evitarmos uma solução na qual predominassem áreas envidraçadas preferindo pequenas aberturas que mantidas sucessivamente dentro da modulação 125, dariam iluminação adequada aos interiores. Para acentuar essas características, e permitir o vão de 82mts projetado, mantivemos o terraço com pátios internos o que daria à biblioteca e salão de eventos aspecto mais agradável e acolhedor. O conjunto é moderno e o vão de 82mts nele previsto demonstra uma arquitetura baseada na técnica mais avançada. (...)."  *1

*1 NIEMEYER, Oscar. Fundação Portugal - Brasil. s.d. Fundação Oscar Niemeyer. Coleção Oscar Niemeyer


...desenhos e gravuras...
  

...esculturas...
1980
Brasília, DF, Brasil
“A primeira escultura que criei foi no monumento JK. O alto fuste que, terminado em curva, protege e realça sua figura, esculpida por Honório Peçanha. O protesto foi contrariar os que os desprezavam - a ditadura vigente - obrigando-os a vê-lo todos os dias, sorrindo vitorioso sobre a cidade que construiu e eles desdenhavam.”






...livros...
Editora: Revan e Editora UFRJ, Rio de Janeiro
Ano: 1ª edição 1993
O livro é constituído por pequenos textos que enfocam a arquitetura em sua essência e aborda temas como o nascimento da arquitetura, o ensino desta disciplina que deve passar por uma reformulação na qual deve-se enfatizar os problemas das artes plásticas e a relação entre o arquiteto e a sociedade.







...mobiliário...
  Desenho: Oscar Niemeyer e Anna Maria Niemeyer
  Ano de criação: 1977/78
  Estrutura: madeira prensada, curva, 
  laqueada de preto
  Revestimento: palha






...outros (ilustrações, cenários, etc)...  
ilustração para o livro de Dias Gomes                                          
 













cenário para a peça orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, 1956